terça-feira, 25 de novembro de 2008

Dia mundial de luta contra a SIDA


O dia 1 de Dezembro é considerado o dia Mundial de Luta Contra a SIDA, e nós não queremos deixar passar esta data em branco. Como todos sabemos, é neste dia em que há grandes sensibilizações para esta causa, que muitas vezes é ignorada ao longo do resto do ano. E para além disso, ainda há os que ignoram até ao dia em que ficam a saber que estão infectados pelo VIH. Deste modo, apelamos a todas as pessoas que reflictam acerca dos riscos que correram até hoje, de que forma é que tiveram expostos, e que por um lado, realizem o teste VIH/SIDA e por outro lado, adoptem ou mantenham estilos de vida que constituam uma barreira à infecção pelo VIH.

Não podemos esquecer que o teste é gratuito, anónimo, confidencial e não presica de marcação, podendo ser realizado nos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA. E mais, se estiver infectado, não é o fim do mundo, mas sim o começo de uma nova vida, em que todos os momentos vão ser vividos de forma totalmente diferente, por vezes até de um modo mais feliz.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

IST sinónimo de traição?

Este spot foi totalmente realizado por nós....afinal também somos actores!!!!!!
O Alexandre e a Carolina, interpretaram o papel de um casal que se separa em virtude de um dos membros ter contraído uma Infecção Sexualmente Transmissível e suscitar a dúvida de uma possível traição.

Spot - consultório médico

Neste spot tentámos ilustrar uma situação em que alguém descobre que está infectado com o VIH/Sida. A médica foi interpretada pela Liliana e a paciente pela Carolina.
Atenção!!!! O Dr. Ricardo Coelho, venereologista do Hospital Curry Cabral, congratulou-nos porque ilustra muito bem a reacção normal das pessoas nesta situação.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Alteração lei

Parlamento discute projecto a proibir discriminação de portadores de SIDA
O Parlamento debate hoje um projecto de lei que proíbe a discriminação dos portadores de SIDA em várias áreas, incluindo na concessão de créditos bancários e seguros.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado bloquista João Semedo afirmou esperar que a maioria PS viabilize o diploma, em votação na generalidade, para que seja discutido na especialidade. João Semedo disse que "a realidade da discriminação" ultrapassa "e muito" o número de queixas apresentadas às autoridades. O diploma proíbe a discriminação em áreas como o emprego, nas escolas, nos estabelecimentos de saúde, mas também na concessão de créditos e seguros. O projecto de lei lembra o caso recente do despedimento de um cozinheiro com VIH, legitimado pelo Tribunal de Trabalho de Lisboa e pelo Tribunal da Relação de Lisboa, dado o trabalhador ser considerado um "perigo à saúde pública".

A 31 de Dezembro de 2007, encontram-se notificados 32 491 casos de infecção VIH /
SIDA nos diferentes estadios de infecção.

A análise, segundo os principais aspectos epidemiológicos, clínicos e virológicos é
apresentada, neste documento, separadamente, para cada estadio da infecção, por
corresponder a situações distintas. Como elemento comum a todos os estadios, verifica-se
que o maior número de casos notificados (“casos acumulados”) corresponde a
infecção em indivíduos referindo consumo de drogas por via endovenosa ou
“toxicodependentes”, constituindo 43,9% (14 252 / 32 491) de todas as notificações,
reflectindo a tendência inicial da epidemia no País.

O número de casos associados à infecção por transmissão sexual (heterossexual)
representa o segundo grupo com 38,8% dos registos e a transmissão sexual
(homossexual masculina) apresenta 12,0% dos casos; as restantes formas de
transmissão correspondem a 5,3% do total. Os casos notificados de infecção VIH/SIDA,
que referem como forma provável de infecção a transmissão sexual (heterossexual),
apresentam uma tendência evolutiva crescente. No segundo semestre de 2007, a
categoria de transmissão “heterossexual” regista 57,2% dos casos notificados (PA,
Sintomáticos não-SIDA e SIDA).

O total acumulado de casos de SIDA em 31 de Dezembro de 2007, era de 14195, dos
quais 463 causados pelo vírus VIH2 e 189 casos que referem infecção associada aos
vírus VIH1 e VIH2. Em 84 casos de SIDA, o tipo de vírus da imunodeficiência humana
ainda não nos foi comunicado, obedecendo no entanto estes casos aos critérios de
classificação.

Os casos de SIDA apresentam a confirmação do padrão epidemiológico registado
anualmente desde 2000. Verifica-se um aumento proporcional do número de casos de
transmissão heterossexual e consequente diminuição (proporcional) dos casos
associados à toxicodependência.

Os “ Portadores assintomáticos” são predominantemente jovens com mais de 20 anos
e indivíduos até aos 39 anos, constituindo o maior número de casos notificados (71,6%)
neste grupo. Constatamos o elevado número de casos de infecção VIH assintomáticos,
associados principalmente a duas categorias de transmissão: “heterossexuais”
representando 42,1% do total de PA notificados, bem como “toxicodependentes” (41,9%).
Contudo, analisando os anos 1999-2006, verificamos que o padrão da tendência temporal
nos casos assintomáticos regista flutuações da tendência observada, resultante do facto
da categoria de transmissão “heterossexual” apresentar valores percentuais diversos
entre 1999-2006, em relação ao total de casos notificados em cada ano, enquanto os
“toxicodependentes” confirmam a tendência proporcional decrescente.

Os casos sintomáticos não-SIDA (“Complexo Relacionado com SIDA”, na designação
clássica) constituem um grupo com menor número de casos, cujas características
epidemiológicas, em relação aos principais parâmetros, seguem o padrão epidemiológico
anterior. Neste grupo, 40,6% correspondem a casos na categoria de transmissão
heterossexual e 38,1% a indivíduos “toxicodependentes”.

by Instituto Dr. Ricadro Jorge

domingo, 25 de maio de 2008

Entrevista à Associação Sol Crianças


Nota prévia

Fundada em 1992 e distinguida na Sede da UNESCO em Paris em Outubro de 2000 pela sua filosofia piloto, a Casa Sol Crianças é uma associação de apoio a crianças seropositivas que nada tem a ver com o modelo tradicional de instituição. Esta cria nas crianças um sentimento de pertença, conforto e partilha, emergindo sempre entre as crianças e as pessoas que contribuem para a associação um sentimento de família, neste caso, uma família à antiga, numerosa.

Fale-nos um pouco sobre a Associação SOL.
“A Associação tem 15 anos.
A casa, era uma casa em ruínas que, nos foi dada pela Câmara Municipal de Lisboa e que foi reconstruída à base de donativos.
Embora sejamos a única associação deste tipo ao nível do país e mesmo da Europa, até já fomos reconhecidos pela NATO.
A casa tem lotação para 11 crianças, neste momento temos 22, estão imensas em lista de espera e sem apoios está a ser muito complicado.”

A Associação tem algum apoio do Estado?
“Só ao nível de alguns medicamentos. A medicação principal que o Estado nos dá é o Epivir, o Retrovir e o Caletra. O resto da medicação somos nós que compramos na farmácia, através de donativos.”

Têm muitos donativos?
“Temos alguns. Há pessoas que ajudam, há outras que se lembram de nós no Natal e depois...mais nada! É pena que o Natal não seja todos os dias, porque algumas pessoas esquecem-se ….”

Não têm apoios de nenhuma outra associação?
“Temos ligações com a Abraço e a Liga de Deficientes mas, tirando algum apoio do Estado, dos donativos e de alguns hotéis que nos dão o almoço, o jantar e fazem as festinhas de aniversário, Natal…e que nos ajudam nas prendinhas para as crianças, não temos mais nada.”

As crianças chegam à Associação por que via?
“Através do tribunal.”



Qual é normalmente a idade com que chegam?
“O último que cá chegou tinha três meses, o penúltimo, nove anos. Não têm idade específica. Quando abre uma vaga, o tribunal manda uma criança em lista de espera para aqui.”

Enquanto elas estão em lista de espera, onde é que ficam?
“Ficam na Santa Casa da Misericórdia, na Casa do Gaiato… todas as outras associações. Infelizmente não são especializadas.”

As crianças sabem que estão infectadas?
“ A partir do momento em que começam a ter alguma percepção todos sabem que são seropositivos.”

Como é que lhes conseguem explicar?
“Os que estão cá desde bebés, sabem que estão a tomar medicação, então, desde pequeninos que dizem “Vou tomar remédio!”. Eles sabem que durante todo o almoço têm de tomar vitaminas. Se nós não lhas dermos eles perguntam imediatamente “ Ó tia, então e o meu remédio?” e nós perguntamos “ Então mas, tu estás doente?” e eles respondem “ O médico disse que eu tenho de tomar remédio porque eu tenho uma doença. Tenho uma doença, em que o sangue faz mal”. Esta é a resposta dos mais pequeninos.
Os mais velhinhos, ao estarem em contacto com outras crianças, acabam por falar. Eles já sabem o que têm mas, nós também lhes explicamos os modos de transmissão, entre outros. Eles também acabam por se aperceber uma vez que fazem análises mensais nos hospitais D. Estefânia, D. Maria e Santa Marta. Todos eles vão mensalmente às consultas de transmissão vertical.
Neste momento, todos os vírus estão inactivos, todas as cargas virais estão baixas.
Para eles, é como se fossem normais, uma vez que são portadores de um vírus mas, não têm sintomas.”


A esperança média de vida delas é elevada?
“Sim, graças à medicação. Nós temos crianças na casa, que não têm SIDA. E já tivemos crianças, que foram adoptadas, que tinham pais seropositivos e que a partir do momento em que começaram a tomar medicação, quando atingiram aproximadamente os dois anos deixaram de ter o vírus. Foi desactivado por completo. São saudáveis”

Eles sentem-se revoltados por serem seropositivos?
“Não propriamente, uma vez que não apresentam sintomas. A sua maior revolta é o facto de não terem um pai ou uma mãe, ou pelo facto de não poderem estar com o pai ou com a mãe pois, alguns dos pais são toxicodependentes, prostitutos ou mesmo incógnitos.”

Elas estão em contacto com outras crianças?
“Aqui todos os meninos andam na escola e também fazem natação, praticam futsal, vão à catequese e praticam outros tipos de actividades.”

As outras crianças sabem que elas são seropositivas?
“Sabem, todas elas sabem.”

Mas, não há discriminação?
“Sim, há algumas crianças que ainda têm medo de brincar com elas. Mas, às vezes também é um bocadinho por parte dos pais, porque nem sempre os pais sabem como é que se transmite o vírus, então acabam por dizer aos filhos para não brincarem com elas. Por vezes dizem “Não brinques com aquele sidoso!”A palavra pesa muito. E quando elas ouvem e nos vêm contar vamos imediatamente à escola saber o que se está a passar e tentar controlar a situação.
Mas, neste momento, na escola não temos tido problemas. Isso também é normal, por vezes quando vamos às consultas com crianças negras e elas nos tratam por tias, as pessoas olham e perguntam-nos como é que é possível.”

Têm muitas crianças de cor negras é?
“Temos várias crianças. Temos crianças negras, algumas de etnia cigana, brancas, temos um menino que veio há pouco da Guiné e que ainda não sabe bem falar português, etc. Ainda há muitas pessoas a pensarem que a SIDA é só para um determinado escalão mas, não. A SIDA atinge a todos.”

Tendo em conta uma perspectiva mais pessoal, como é trabalhar com estas crianças?
“No início, quando vim para cá trabalhar, fiquei muito preocupada. Só pensava”como é que vais ser quando elas se cortarem?” e “se elas morrem?” Porque se associa aos seropositivos uma curta duração de vida. Mas, passados quatro dias de convivência com elas, esqueci-me totalmente de que eram seropositivos. São crianças normais, as vidas são normais, as preocupações são as de se fazem ou não a cama, se lavam os dentes, se vão ao banho, se já fizeram os trabalhos de casa. Só no momento em que estamos a dar a medicação é que nos lembramos que são seropositivas e perguntamo-nos: “Como será o futuro delas?”.
Depois, como estamos ligados a elas 24horas é família! É trabalhoso, muitas vezes cansativo mas, é muito gratificante.
Vê-las crescer, saudáveis e ver que estão felizes é fantástico!
Aqui, as crianças estão acima de tudo.”


“No início, quando vim para cá trabalhar, fiquei muito preocupada. Só pensava”como é que vais ser quando elas se cortarem?” e “se elas morrem?” Porque se associa aos seropositivos uma curta duração de vida. Mas, passados quatro dias de convivência com elas, esqueci-me totalmente de que eram seropositivos. São crianças normais, as vidas são normais, as preocupações são as de se fazem ou não a cama, se lavam os dentes, se vão ao banho, se já fizeram os trabalhos de casa. Só no momento em que estamos a dar a medicação é que nos lembramos que são seropositivas e perguntamo-nos: “Como será o futuro delas?”.
Depois, como estamos ligados a elas 24horas é família! É trabalhoso, muitas vezes cansativo mas, é muito gratificante.
Vê-las crescer, saudáveis e ver que estão felizes é fantástico!
Aqui, as crianças estão acima de tudo.”

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hepatite B



A hepatite B é uma doença infecciosa causada pelo vírus HBV (vírus da Hepatite B), descoberto em 1965. Este vírus pertence à família Hepadnaviriae e o seu nome específico é Orthohepadnavirus Hepatite B virus.
Este vírus infecta sobretudo células hepáticas, provocando inflamação no fígado. O vírus penetra no núcleo das células do fígado e multiplica-se em grande número utilizando o DNA da célula infectada para formar o seu próprio RNA mesangeiro. Posteriormente, com o auxílio da enzima transcriptase reversa, este vírus produz o seu próprio DNA, utilizando o RNA sintetizado anteriormente.
A partícula viral da Hepatite B é denominada partícula de Dane, podendo esta assumir uma forma esférica ou filamentosa. Esta partícula inclui no seu interior várias proteínas, responsáveis pela doença. Entre elas encontram-se a proteína membranar HBs, a proteína HBc (que protege o genoma do vírus) e a proteína HBe, que é menos importante, mas que também é lançada para a corrente sanguínea, logo exige resposta por parte do sistema imunitário.


Transmissão e Epidemiologia
O vírus da Hepatite B tem uma transmissão relativamente semelhante à transmissão do vírus da SIDA. O vírus existe no sangue, no sémen e secreções vaginais, na saliva que tenha estado em contacto com sangue infectado e no leite materno de doentes e de portadores assintomáticos (que não manifestam sintomas da doença). Desta forma, a doença transmite-se por via sexual, da mãe para o filho, através de agulhas infectadas devido ao contacto de sangue. Os casos mais frequentes de transmissão com agulhas infectadas ocorrem devido ao consumo intravenoso de drogas e à utilização dessas mesmas agulhas para realizar tatuagens, piercings ou tratamentos de acupunctura em estabelecimentos não legalizados, e na maioria das vezes, não cumpridores dos princípios de higiene e esterilização dos objectos utilizados.
Apesar de o modo de transmissão ser semelhante ao do vírus da SIDA, o vírus da Hepatite B é muito mais resistente, sobrevivendo em condições ambientais bastante adversas. É, por isso, cerca de 100 vezes mais contagioso que o vírus da SIDA.

Sintomatologia

A hepatite B pode assumir duas formas: hepatite B aguda ou hepatite B crónica.
A hepatite B aguda assume um período de incubação de 4 a 20 semanas. A infecção pode causar icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos), febre, falta de apetite, mal estar, urina de cor escura, fezes de cor clara, naúseas, comichão e dor abdominal. Ocasionalmente, pode causar dores nas articulações, dores de cabeça e lesões na pele semelhantes às da urticária. No entanto a grande maioria dos casos não apresentam sintomas.
Em 90% dos casos, a hepatite aguda B é uma doença auto-limitada, ou seja, evolui naturalmente para a cura devido à resposta eficiente do sistema imunitário. Após a cura da doença, o fígado recupera totalmente dos danos que sofreu e o doente torna-se imune devido à presença de anticorpos no sangue formados devido à presença do vírus.
Só cerca de 10% dos casos acabam por evoluir para doença crónica.
Já a hepatite B crónica é diagnosticada quando a doença se prolonga por mais de 6 meses. Os indivíduos que sofrem desta doença geralmente não apresentam quaisquer sintomas ou apresentam sintomas ligeiros como cansaço. A infecção pode evoluir para cirrose ou para carcinoma hepatocelular (cancro do fígado).
Esta evolução será acelerada se o indivíduo em causa estiver simultaneamente infectado com o vírus da Hepatite C.
A cirrose manifesta-se essencialmente pelo aparecimento de icterícia, hemorragia digestiva e ascite (acumulação de líquidos na cavidade abdominal), provocando insuficiência hepática. No entanto, em muitos casos, a cirrose pode permanecer silenciosa durante longos períodos de tempo.
Em situações mais extremas a cirrose pode evoluir para cancro do fígado, podendo mesmo levar à morte, principalmente quando associada ao consumo de álcool.

Diagnóstico
No diagnóstico da doença são utilizadas técnicas que permitem detectar a existência ou não de antigénios e de anticorpos que surgem nos diferentes estados da doença. Geralmente é feito também uma análise rigorosa ao fígado. Deste modo é possível identificar se se trata de uma infecção aguda ou crónica ou se, pelo contrário, o individuo se encontra imune.
Se o doente sofrer de hepatite B aguda, o teste revelará a existência de antigénios HBs e HBe e anticorpos HBc, bem como transaminases (enzimas que se localizam no interior das células hepáticas e se só são libertadas quando essas células são destruídas).
Se o doente sofrer de hepatite B crónica, o teste revelará a existência de antigénios HBe e HBs em quantidades muito altas e anti-corpos HBc, bem como elevado número de transaminases.
É de realçar que uma vez infectado pela Hepatite B, nenhum indivíduo voltará a ter a doença pois ficará imunizado.

Tratamento

Não existe nenhum tratamento totalmente eficaz para a hepatite B. A melhor medida de prevenção é a vacinação. A vacina contra a hepatite B possui antigénios HBs. Desta forma, o organismo produzirá anti-corpos anti-HBs, tornando o indivíduo imune à doença. Esta vacina é eficaz em 95% dos casos.
Actualmente, a vacina contra a Hepatite B faz parte do Programa Nacional de Vacinação e são geralmente administradas três doses: uma primeira dose logo após o nascimento, uma segunda aos 2 meses e uma terceira dose aos 6 meses de idade. Sendo que a referida vacina faz parte do PNV, é totalmente gratuita e obrigatória para todas as crianças.
Além das crianças, a vacina é recomendada a todos aqueles que não foram vacinados na infância, especialmente profissionais de saúde, hemofílicos e hemodializados.
Em caso de infecção crónica, devido às limitações existentes da terapêutica, o tratamento baseia-se na administração de medicamento antivíricos (geralmente compostos por interferão-alfa) que impedem a replicação do vírus e reforçam o sistema imunitário. No entanto, nenhum medicamento é, actualmente, capaz de eliminar o vírus do organismo.
Existe, no entanto, anticorpos humanos anti-VHB sintéticos que podem ser administrados, principalmente a recém-nascido, filhos de mães portadoras (é obrigatório o despiste da infecção a todas as grávidas) e que podem actuar sobre o vírus, apresentando uma eficácia de 95%. No entanto, este método só funciona nos dias seguintes à contaminação pelo que é apenas utilizado em recém-nascidos dado que a contaminação por outras vias não é reconhecível em tão curto espaço de tempo.
Além disso, é recomendado (para não agravar a doença) a realização de uma alimentação equilibrada, rica em proteínas e vitaminas e pobre em gorduras e açúcares. É totalmente proibido o consumo de álcool, podendo este ser fatal dado que o fígado não tem condições para o assimilar.

O vírus da hepatite D (HDV)

O vírus HDV é um vírus incompleto, deficiente em quase todas as proteínas, codificando apenas duas, pois o seu RNA funciona como enzima que cliva todos os produtos transcritos.
Desta forma só consegue multiplicar-se ao parasitar um outro vírus, o vírus da hepatite B. Não actua isoladamente, mas agrava significativamente o diagnóstico dos doentes infectados com hepatite B.

Prevenção
Para prevenir o contágio por Hepatite B é essencial a utilização de preservativo em todas as relações sexuais, não partilhar seringas ou objectos pessoais e de higiene (ex: escovas de dentes, lâminas de barbear, etc), usar luvas em caso de desinfecção de uma ferida com sangue. Além disso é essencial manter uma higiene cuidada e evitar contactos com sangue e fluidos orgânicos.

Estatísticas
Calcula-se que 5% da população mundial esteja infectada com VHB, existindo cerca de 350 milhões de portadores crónicos e 50 milhões de novos casos por ano.
Estima-se que, em Portugal, existam cerca de 140 mil portadores do vírus da Hepatite B. Apesar do elevado número, nos últimos anos, tem vindo a ser notório uma diminuição dos novos casos por ano.
No entanto, em comparação com o resto do Mundo, a Europa apresenta uma taxa relativamente baixa de infectados (0,1 a 1% da população), tal como a América do Norte.
A situação mais extrema verifica-se em África, onde esta infecção atinge 12% da população. Segue-se a Ásia com cerca de 9% de população infectada. Nestes dois continentes, a transmissão verifica-se, essencialmente, de mãe para filho(a) ou durante a infância.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Hepatite C


A Hepatite C é considerada uma infecção sexualmente transmissível, embora a sua transmissão por via sexual seja rara (cerca de 2 a 4% dos casos). É uma inflamação no fígado causada pelo vírus da Hepatite C (VHC). Este vírus pertence ao género Hepacivirus e à família Flaviviridae da qual fazem parte vírus como o vírus do dengue e o vírus da febre amarela. É dos únicos que não é transmitido por artrópodes (ex: insectos).

Esta hepatite é a mais temida e perigosa devido à inexistência de vacina, às limitações do tratamento e à alta tendência para a cronicidade.
Estima-se que em todo o mundo existam 170 milhões de pessoas infectadas com este vírus. Em Portugal, calcula-se que existam cerca de 150 mil pessoas infectadas com o vírus da Hepatite C com cerca de 700 novos casos por ano.

Transmissão e Epidemiologia
A transmissão deste vírus ocorre, principalmente, através de contacto directo com sangue infectado. Desta forma, toxicodependentes (estima-se que 80% estejam já infectados) e profissionais de saúde constituem um grupo de risco. Além disso, locais onde se realizam tatuagens, piercings, acunpuctura ou mesoterapia são, também, locais de risco.
A transmissão pode ainda ser vertical (mãe para o filho) ou ocorrer por via sexual, embora a percentagem de casos seja rara em ambos os casos.

Sintomatologia
A hepatite C, tal como a maioria das hepatites, compreende duas fases de evolução.
O período de incubação é geralmente de 7 semanas.


  • Hepatite C aguda
    Em 20% dos casos é sintomática, causando icterícia (cor amarela nos olhos e na pele), falta de força e de apetite, náuseas, dores abdominais e fadiga. Dado que estes sintomas são semelhantes aos da gripe, o diagnóstico nesta fase é raro.
    Em 80% dos casos a hepatite não apresenta sintomas, ou, quando os apresenta, são muito ligeiros.
    Como o diagnóstico é difícil nesta fase, 80% dos casos evoluem para fase crónica e cerca de 20%evoluem para a cura natural.

  • Hepatite C crónica
    · 25% dos casos mantém os níveis das enzimas do fígado normais e o tratamento é, na maioria dos casos, rápido e muito eficaz.
    · 50% dos casos apresentam níveis de enzimas do fígado elevadas e lesões leves nesse órgão. A evolução é lenta e apenas uma pequena parte dos casos atinge formas graves (se não for tratada).
    · 25% dos casos apresentam lesões graves no fígado (reveladas na biopsia), embora sem sintomas. Estas lesões podem evoluir para cirrose hepática (transformação do tecido do fígado em tecido fibroso) e em 4% dos casos pode mesmo evoluir para cancro do fígado.
    A evolução deste tipo de patologia é, regra geral, lenta. No entanto, pode ser
    acelerada pela ingestão de álcool, pela idade avançada do doente, pela obesidade, pela diabetes, pelo facto de ser do sexo masculino ou pela infecção simultânea do vírus HIV.

Diagnóstico
Na maioria das vezes o diagnóstico desta patologia é acidental e ocorre através da realização de exames ao sangue por qualquer outro motivo.
Nesses casos, o diagnóstico apresenta-se positivo se se verificar uma concentração elevada de uma enzima hepática (transaminase ou TGP).
Posteriormente deve ser feita a pesquisa para detecção de anticorpo contra o vírus da Hepatite C. A confirmação da infecção é feita por identificação do vírus por técnicas de engenharia genética como o PCR (em que se dá a ampliação do material genético do vírus e a sua comparação com padrões estabelecidos), bem como a identificação do seu tipo e da carga viral.
Na maioria dos casos, é, também, necessária a realização de uma biopsia hepática para determinar o grau da doença e o tipo de tratamento a efectuar.
No entanto, é possível realizar voluntariamente um teste anti-VHC (realizado em qualquer laboratório de análises clínicas, com compartipação). Este teste pode ser realizado por qualquer pessoa que o deseja, mas é especialmente recomendado às pessoas que tenham sido submetidas a transfusões de sangue antes de 1992 (altura em que se iniciou a realização de testes anti-VHC aos dadores de sangue), aos toxicodependentes, às pessoas cujas mães estavam infectadas, aos familiares ou parceiros sexuais de pessoas infectadas, às pessoas sexualmente promíscuas, às pessoas infectadas com o vírus HIV ou outras infecções sexualmente transmissíveis e aos profissionais de saúde em geral.

Tratamento
Infelizmente, não existe qualquer vacina contra o vírus da Hepatite C.
No entanto, o tratamento da doença é eficaz em cerca de 60% dos casos e é relativamente fácil.
Na maioria dos casos, o tratamento é iniciado na fase crónica da doença pois é rara a detecção na fase aguda.
Assim, mesmo não existindo sintomas, o tratamento é indicado a pessoas com vírus em actividade e baseia-se na administração de dois medicamentos: o Interferão Peguilado, administrado semanalmente por injecção e a Ribavirina tomada diariamente sob a forma de comprimidos.
O tratamento dura cerca de 24 a 48 semanas, dependendo do tipo de vírus.
Em casos mais graves, pode ser necessária a realização de transplante de fígado.

Prevenção
Para prevenir este tipo de infecção é essencial não partilhar seringas nem objectos utilizados na preparação de droga (a troca de seringas é feita nas farmácias de forma gratuita) e assegurar-se que é utilizado material descartável ou esterilizado em locais como centros de acunpuntura e mesoterapia, barbeiros, manicuras e lojas de tatuagens e piercing.
Desta forma, assegura-se que não existe contacto entre sangues, reduzindo totalmente a possibilidade de infecção.
Além disso é essencial a utilização de preservativo nas relações sexuais, principalmente quando existem múltiplos parceiros sexuais, na altura da menstruação caso seja a mulher a infectada, caso existam feridas nos órgãos genitais que permitam o contacto sanguíneo.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Escabiose

O que é?
A Escabiose é uma doença contagiosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei variedade hominis e também pode ser denominada Sarna. É vulgarmente considerada uma Infecção Sexulamente Transmissível porque uma grande parte das transmissões ocorre por essa via.
O ácaro pode ser visualizado à vista desarmada, pois tem cerca de 0,4 mm de diâmetro. É arredondado, translúcido, com quatro pares de patas e tem uma vida muito curta.
A fêmea escava um túnel na epiderme, onde deposita os seus ovos, que originam larvas que se tornam adultas e se reproduzem sobre a pele.
As áreas preferenciais de infecção são os punhos, a zona periumbilical, as axilas, o ventre, as nádegas, a zona entre os dedos, os seios e os órgãos sexuais masculinos. Não afecta o rosto, excepto em crianças pequenas, onde as lesões aparecem sob a forma de bolhas cheias de água.

Transmissão
É transmitida essencialmente através do contacto corporal, nomeadamente sexual, e por via parentérica. Apesar de rara devido ao facto do Sarcoptes scabiei sobreviver pouco tempo longe da pele, a sua transmissão também pode ser feita através do contacto com objectos contaminados (toalhas, cobertores, roupas,…)
A sua transmissão é favorecida por ambientes pouco higiénicos e de grandes aglomerações, como as guerras e as grandes catástrofes, por exemplo.






Sintomatologia
Os sintomas surgem normalmente entre 2 a 6 semanas após a infecção e caracterizam-se pelo forte prurido (especialmente durante a noite, originando dificuldades em dormir) e lesões que incluem eritema, crostas hemorrágicas e escoriações. Se o indíviduo já sofreu anteriormente a doença, devido à resposta imunitária específica, esta manifestra-se-á de imediato.
As galerias dos ácaros têm aproximadamente 1,5 cm de comprimento.

Diagnóstico
A presença de galerias e de prurido é suficiente para o médico proceder ao seu diagnóstico. Todavia, é conveniente proceder à raspagem dos sulcos (ou inserção da ponta de uma agulha por um dos túneis onde o ácaro vive) e sua análise ao microscópio ou lupa, para confirmar a presença dos ácaros.
Mesmo face a esta quase certeza, a confirmação de que se tratava efectivamente de sarna só surge se as lesões cutâneas e o prurido desaparecerem após o tratamento.

Tratamento
O tratamento da escabiose é feito á base de pomadas e higiene correcta e deve ser realizado por todos os elementos do agregado famíliar e outras pessoas conviventes, mesmo que não manifestem sintomas da infecção. O modo de aplicação do tratamento depende da substância: o lindane deve ser aplicado sob a forma de uma camada fina em todo o corpo abaixo do pescoço, que deve ser removida passadas 8 horas por lavagem; o permetrim e o enxofre, é aplicado em todo o corpo abaixo do pescoço ao deitar, em 3 noites, sendo que os paciente podem tomar banho antes de repetir a aplicação e devem lavar-se 24h após a aplicação final; o crotamiton e o benzoato de benzamil aplicam-se do mesmo modo que os antesriores, mas apenas por 2 noites e a Ivermectina, qur é administrada por via oral
A irritação cutânea secundária ao tratamento de escabiose pode ser responsável pela manutenção do prurido.
Deve também proceder-se à desinfecção de roupas pessoais, lençóis, toalhas, cobertores, etc…

Prevenção
A prevenção da infecção pelo ácaro Sarcoptes scabiei hominis passa pela manutenção de uma higiene cuidada, não partilha de objectos de higiene íntima e pelo uso de preservativo durante as relações sexuais.

Números
A sarna é mais frequente em crianças, adultos jovens e pessoas internadas em instituições.
É caracterizada pelos surtos epidémicos de periodicidade variável, entre 10 a 30 anos. Os grandes movimentos populacionais e a miséria condicionam o desenvolvimento de surtos epidémicos, sendo bons exemplos disso as duas grandes guerras que se deram na Europa, 1914-18 e 1939-45.
Devido ao seu carácter muito íntimo e prevalência, é muito difícil contabilizar o número de infectados

Sífilis

O que é?
A Sífilis é considerada a mais grave das Infecções de Transmissão Sexual, exclusivamente verificada no ser humano e causada pela bactéria Treponema Pallidum (Treponema pálido). Também pode ser denominada Cancro duro, Cancro Sifilítico, Mal-francês, Mal-napolitano, Peste sexual, Sifilose, Avariose, Doença do mundo, Mal de franga, Mal de Santa eufémia, Mal espanhol, Pudendagra, Doença gálica, Doença britãnica e Lues. Está frequentemente associada ao VIH.
O Treponema Pallidum é uma bactéria anaeróbia facultativa em forma de espiral (espiroqueta) e tem cerca de 10 micrómetros de comprimento e 0,2 micrómetros de largura. As pequenas dimensões dificultam a visualização microscópica, daí que normalmente seja feita uma observação em fundo escuro.



Transmissão
Pode ser transmitida por qualquer contacto sexual com uma pessoa infectada (oral, anal ou vaginal), uma vez que a bactéria pode atravessar as mucosas mesmo quando estas estão intactas. Contudo, pode ser adquirida devido ao facto das ulcerações ou exsudações entrarem em contacto com uma zona de mucosa ou de pele não íntegra.
Apesar de a bactéria também possa estar presente no sangue, actualmente as transfusões já não constituem um factor de risco, porque os dadores são alvo de grande número de testes médicos, que incluem o teste para esta infecção.
Quando uma mulher sofre de sífilis, esta pode ser transmitida ao feto por via transplacentária, originando a sífilis congénita.
O risco de transmissão é mais elevado nos estádios iniciais da infecção.

Sintomatologia
A infecção tem um período de incubação entre 1 semana e 3 meses, durante o qual a bactéria se multiplica e progride nos vasos linfáticos e sanguíneos. Todavia, os sintomas começam a manifestar-se, em média, 3 ou 4 semanas após o contágio. Se não for tratada na sua fase inicial (Sífilis primária), pode evoluir para outras fases da infecção, podendo causar lesões no coração, cérebro, olhos, ossos e articulações, sistema nervoso, podendo conduzir à morte.


-» Sífilis primária - aparece uma ferida ou úlcera dura, lisa, brilhante e indolor (sifiloma, também designado por cancro), em redor da área do contacto sexual, geralmente sobre o pénis, a vagina ou o recto. Também pode aparecer noutras partes do corpo, como por exemplo nos lábios, na língua, na garganta, nos dedos, nos mamilos ou em outros locais.
O Sifiloma começa como uma pequena zona vermelha saliente que se converte numa ferida aberta, que se mantém indolor, com diâmetro de 0,5 a 2 cm. A ferida não sangra, mas ao tocar-lhe liberta um líquido que é deveras infeccioso e os gânglios linfáticos próximos aumentam de volume. Como a lesão causa tão poucos sintomas, normalmente é ignorada, estimando-se que cerca de metade das mulheres infectadas e um terço dos homens infectados não sabem que a têm. Costuma sarar em 3 a 12 semanas, mesmo sem tratamento, o que faz com que as pessoas pensem erradamente que estão curadas.

-» Sífilis secundária - inicia-se com uma erupção cutânea caracterizada pela sua cor rosada, que surge normalmente 9 a 90 dias após a sífilis primária. Cerca de 25% dos infectados ainda têm uma ferida a sarar durante esta fase, que pode durar pouco tempo ou prolongar-se durante meses. Habitualmente desaparece, mesmo sem o indivíduo receber um tratamento, podendo contudo aparecer de novo semanas ou meses mais tarde. São frequentes as úlceras na boca (80% dos doentes), gânglios linfáticos inflamados por todo o corpo (50% dos doentes), inflamação nos olhos (10% dos doentes), inflação nos ossos e articulações (10%) e meningite sifilítica aguda num número reduzido de pessoas. Ao contrário do que acontece com outras erupções semelhantes, as lesões afectam as palmas das mãos e as solas dos pés. Também podem ocorrer sintomas como sensação de mal-estar, perda de apetite, náuseas, vómitos, fadiga, febre, garganta dolorida, anorexia, dores de cabeça queda de cabelo, gastrite, colite ulcerativa, artrite, periostite, anemia,etc. Nesta fase, a pessoa infectada é altamente contagiosa.

-» Sífilis latente - esta fase da doença caracteriza-se pela ausência de sinais ou sintomas da infecção, que pode permanecer em estado de latência anos, décadas ou até o resto da vida. Se os doentes forem co-infectados com HIV, o periodo de latência pode ser encurtado de forma significativa.
É denominada sífilis latente precoce se a duração da infecção for inferior a um ano e tardia se tiver duração desconhecida ou superior a uma ano. Em certos casos, a sífilis fica latente de imediato, ou seja, não se manifesta nem pela úlcera nem por qualquer dos outros sintomas habituais das sífilis primária e secundária.

-» Sífilis terciária ou tardia - neste estádio a sífilis não é contagiosa e os sintomas podem oscilar entre ligeiros e devastadores e surgem, em média, 5 a 20 anos após a sífilis primária.

-» Sífilis cutaneomucosa - é muito rara na actualidade e aparece normalmente nos primeiros 15 anos após a infecção inicial. Surgem gomas e tubérculos que crescem lentamente, saram de forma gradual e deixam cicatrizes. As gomas são lesões nodulares da pele, indolores e destrutivas, com consistência de borracha. Podem aparecer em quase todo o corpo, sendo mais comuns abaixo do joelho, na parte superior do tronco e no couro cabeludo. Os tubérculos são nódulos dérmicos, eritematosos, acobreados, indolores, arciformes, podem ser descamativos ou crostosos, com uma evolução lenta e com possibilidade de ulcerar.

-» Sífilis osteomuscular - surge em geral nos primeiros 15 anos de evolução da doença. Os ossos são fortemente afectados, provocando uma dor profunda e penetrante que se costuma agravar á noite.

-» Sífilis cardiovascular - costuma aparecer 10 a 25 anos após a infecção inicial. Pode desenvolver-se um aneurisma da aorta ou uma insuficiência da válvula aórtica. Estas perturbações podem causar dor no peito, insuficiência cardíaca ou morte.

-» Sífilis do sistema nervoso (neurossífilis) - afecta cerca de 5% dos sífilicos não tratados. As três classes principais são:
- Neurossífilis meningovascular - forma crónica de meningite. Quando o cérebro fica afectado, os sintomas são dor de cabeça, vertigem, falta de concentração, cansaço e falta de energia, dificuldade em conciliar o sono, rigidez da nuca, visão turva, confusão mental, convulsões, tumefacções do nervo óptico (papiledema), anomalias nas pupilas, dificuldade em falar (afasia) e paralisia de uma extremidade do corpo. Quando tanto o cérebro como a medula espinal ficam afectados, verifica-se dificuldade crescente em mastigar, engolir e falar; debilidade e atrofia dos músculos do ombro e do braço; paralisia lentamente progressiva com espasmos musculares (paralisia espástica); incapacidade para esvaziar a bexiga e inflamação de uma secção de espinal medula, que progride para uma perda de controlo da bexiga e uma paralisia repentina, enquanto os músculos permanecem relaxados (paralisia flácida).

- Neurossífilis parética - começa gradualmente com uma série de alterações de comportamento nas pessoas que têm mais de 40 ou 50 anos, que lentamente se tornam dementes. Os sintomas podem incluir convulsões, dificuldade em falar, paralisia temporária de metade do corpo, irritabilidade, dificuldade de concentração, perda de memória, perda de capacidade de discernimento, dores de cabeça, dificuldade respiratória, fadiga, letargia, desmazelo com a higiene pessoal, mudanças de humor, perda de força e energia, depressão, delírios e falta de perspicácia.
- Neurossífilis tabética (tabes dorsal) - é uma doença progressiva da espinal medula. Geralmente o primeiro sintoma é uma dor intensa e pungente nas pernas, que aparece e desaparece de forma irregular. A pessoa desequilibra-se ao andar, principalmente na escuridão; como não consegue sentir quando é que a bexiga está cheia, a urina acumula-se e produz uma perda de controlo da bexiga e infecções urinárias constantes. É frequente o homem tornar-se impotente. A pessoa pode ter tremores na boca, na língua, nas mãos e em todo o corpo. A caligrafia torna-se trémula e ilegível. A maioria das pessoas são delgadas e o seu rosto tem um aspecto triste. Têm espasmos de dor em vários órgãos. Devido à falta de sensibilidade nos pés, podem aparecer úlceras abertas nas suas plantas. Como a pessoa perde a sensação de dor, as articulações podem ficar lesionadas.

-» Sífilis congénita - durante a gravidez, a mãe sífilitica pode transmitir a bactéria ao filho, sendo que uma grande parte das crianças nesta situação já nascem mortas. O risco de infecção é tanto maior quanto mais próximo do termo se encontrar a gravidez e quanto mais recente for a sífilis materna.
A sífilis congénita precoce, que se manifesta durante os dois primeiros anos de vida, traduz-se por lesões da pele, das mucosas, do fígado, do baço, dos ossos, dos pulmões, dos olhos e dos rins.
A sífilis congénita tardia, que se manifesta entre os dois e os dez anos de idade, traduz-se por lesões da pele, das mucosas, dos olhos, dos ouvidos, dos dentes (incisivos centrais superiores espaçados e com um entalhe central, ao sexto ano os molares ainda têm as suas raízes), das articulações e do sistema nervoso.
A morte por sífilis congénita normalmente acontece por hemorragia pulmonar.

-» Sífilis decapitada - é o nome dado à sífilis adquirida por transfusão sanguínea, porque não apresenta a fase primária, tendo início directamente na fase secundária. Actualmente este tipo de transmissão é quase impossível, porque o sangue dos dadores é submetido a vários testes que visam prevenir exactamente estas situações.

Diagnóstico
Através da observação dos sintomas, o médico pode suspeitar de que uma pessoa tem sífilis, mas só as análises laboratoriaispodem confirmar ou não as suspeitas, constituindo o diagnóstico.
Podem ser realizados dois tipos de análise de sangue:
-» Testes Não Treponémicos - análises de controlo, como a VDRL (iniciais de Laboratório de Investigação de Doenças Venéreas) ou RPR (Reagina Rápida do Plasma). Estes testes baseiam-se na detecção de anticorpos não treponémicos, sendo normalmente usado o antigénio Cardiolipina. Estas análises podem dar resultados falsos positivos, mas que se tornam negativos quando se repetem as análises após um tratamento adequado. Mesmo que os resultados sejam negativos, as análises devem ser repetidas, devido ao período de incubação da infecção.
-» Testes Treponémicos - análises, normalmente TPHA (Hemaglutinação passiva do Treponema Pálido) ou FTA-ABS (Anticorpos Treponémicos Fluorescentes ABSorvidos), que detectam anticorpos específicos para o treponema. Apartir do momento que uma análise é positiva, todas as seguintes serão positivas, mesmo após um tratamento bem sucedido. Contudo, os valores vão diminuindo até valores muito baixos após um tratamento eficaz.

Nos casos de sífilis primária e secundária, esta também pode ser diagnosticada através da recolha da amostra de líquído de uma úlcera e sua análise ao microscópio, para identificação das bactérias. As análises serológicas não são úteis para confirmar ou não o diagnóstico nos casos sífilis primária.
Para a neurossífilis, efectua-se uma punção lombar para realizar uma pesquisa de anticorpos.
No estádio latente, só se diagnostica através de provas de anticorpos efectuadas com amostras de sangue ou líquido espinal.

Tratamento
O tratamento da sífilis é barato, fácil e eficaz se for levado a cabo nos primeiros estádios. Se a infecção não for diagnosticada aos primeiros sintomas, pode tornar-se um problema muito sério.
A terapêutica da sífilis deverá ser adaptada ao estádio da doença. O antibiótico mais usado para o tratamento da sífilis, devido à sua eficácia, é a penicilina, que cura a doença, impede a sua progressão, mas não resolve as sequelas. Caso o indivíduo seja alérgico a esta substância, pode ser administrada Tetraciclina ou Eritrocimina.
Mais de metade das pessoas com sífilis primária ou secundária desenvolve uma reacção de Jarisch-Herxeimer de 2 a 12 horas após o primeiro tratamento. Esta reacção acontece devido à morte súbita de milhões de bactérias e tem como sintomas mal-estar, febre, dor de cabeça, vómitos, sudação, arrepios com tremores e agravamento temporário das úlceras sífilíticas.
O controlo serológico deve ser efectuado aos 3, 6 e 12 meses após o fim do tratamento e deve ser continuado anualmente, devido à possibilidade de reactivação endógena da sífilis ou re-infecção, pois a sífilis não confere uma imunidade permanente..

Prevenção
O único meio totalmente eficaz na prevenção do contágio da Sífilis por transmissão sexual é a abstinência de qualquer tipo de contacto sexual.
Em caso de relações sexuais, o uso do preservativo reduz o risco de infecção.
Outros modos de prevenir uma eventual infecção podem ser a adopção de comportamentos sexuais seguros, privilegiando õs relacionamentos estáveis,
A prevenção da sífiilis congénita é feita realizando testes de despiste da sífilis durante a gravidez.
A identificação da doença e o tratamento adequado são as formas de controlo para evitar novas contaminações.

Números
O número de pessoas infectadas com o Treponema pallidum atingiu o seu auge durante a Segunda guerra Mundial. Depois, devido à difusão da penicilina, decresceu até à década de 60, altura em que voltou a aumentar.Houve um novo decréscimo nos anos 90, mas actualmente verifica-se uma nova tendência para subida.
As incidências mundiais mais elevadas da sífilis situam-se na África subsahariana (1,37%), seguida da América do Sul e central (0,52%). O valores na Europa e na América do norte são semelhantes (0,09%).
Em 2005 foram declarados 21 novos casos de sífilis congénita e 103 de sífilis precoce, em Portugal. Contudo estes números estão aquém do que se passa na realidade, mesmo sendo a Sífilis (congénita e precoce) uma Doença de Declaração Obrigatória. A Sífilis latente e a terciária não são consideradas Doenças de Declaração obrigatória.
É mais frequente entre os 15 e os 45 anos de idade, e apesar de afectar os dois sexos de igual modo, é mais fácil de detectar no sexo masculino.

A Sífilis surgiu de um modo súbito e catastrófico na Europa em 1494/1495. Uns acreditam que foi trazida da américa por Cristóvão Colombo e seus marinheiros, outros defendem que resultou de mutações que tornaram uma doença antiga mais virulenta no séc. XVI.
Esta infecção propagou-se de um modo alarmante entre os soldados de vários exércitos, o que fez com que surgissem designações como “mal francês” e “ mal espanhol”, por exemplo..
Originalmente não havia nenhum tratamento para sífilis, sendo comum tratar com mercúrio
A designação de Sífilis foi adoptada a partir o século XVI e atribui-se a Girolamo Fracastoro (1478-1553), que relatou em verso a história de uma pastor de nome Syphilus (Sífilis) que estava infectado com a doença.
A bactéria Treponema Pallidum foi identificada em 1905 por Schaudin (1871-1906) e Hoffman (1868-1959).
Em 1906 surgiu o primeiro teste para a sífilis, o teste de Wassermman, baseado na reacção serológica anti-cardiolipina
Em 1943 foram publicados, pela primeira vez, resultados do tratamento da sífilis com penicilina.
Em 1932 decorreu um estudo em Tuskegee (Alabama, EUA) que consistiu no uso de 616 negros americanos, que permaneceram sem tratamento, para avaliar o curso natural da sífilis. Este estudo foi muito polémico porque já existia tratamento efectivo para a Sífilis.
A 17 de Julho de 1998, na revista Science, um grupo de biólogos reportou a sequência exacta do genoma do Treponema Pallidum.

Uretrites/Cervicites

O que é?
As uretrites são doenças infecto-contagiosas dos orgãos genitais e urinários, que podem dividir-se em gonocócicas e não gonocócicas. As gonocóciccas são causadas pelo gnococo Neisseria gonorrhoeae, sendo normalmente tratadas por gonorreia (tratada à parte) e as não gonocócicas, ou não específicas, são caudas na sua maioria pela bactéria Chlamydia trachomatis, que quando afecta a mulher surge geralmente como cervicite. Também é muito frequente ocorrerem por ureaplasma urealyticum, originando na mulher as vaginites.
A Chlamydia trachomatis é uma pequena bactéria que só se reproduz dentro das células eucariontes. É constituída por estruturas esféricas com diâmetro de 200 a 400 nm. Não é cultivável in vitro, mas embora dificilmente, desenvolve-se em sistemas celulares de cultura.
A bactéria Ureaplasma urealyticum também é muito pequena e, apesar de não ter parede celular rígida, pode reproduzir-se fora das células. Privilegia a relção de comensalismo.

Transmissão
A uretrite não específica tem um período de incubação entre 15 e 30 dias. A sua transmissão por via sexual ocorre na sua maioria associada às Chlamydia Trachomatis e Ureaplasma urealyticum.


Durante o parto, a infecção materna pode transmitir-se ao recém-nascido.

Sintomatologia
No homem, os sintomas passam pela sensação de falsas vontades de urinar, e provocam dor, ardor, prurido e perda de sangue durante a micção. Pode haver emissão de secreção purulenta. Ás primeiras horas da manhã o or+ificio do pénis costuma ter uma coloração avermelhada e os seus bordos estão colados devido às secreções secas. Calcula-se que entre 10 a 25% dos homens não têm sintomas.
Na mulher, geralmente não provoca sintomas (70% dos casos), a não ser que haja complicações. Porém, pode verificar-se dor ao urinar, micções frequente e dores no baixo ventre (essencialmente durante as relações sexuais), secreções vaginais de muco amarelado e pus.
A pessoa assintomática pode transmitir a doença.
Se a infecção não for tratada, os sintomas existentes desaparecem após cerca de 4 semanas. Todavia, podem gerar-se várias complicações. No homem, pode originar infecção no epididimo, estreitamento da uretra e conjuntivite, que se manifestam por dor nos testículos, obstrução do fluxo da urina e dor e secreção ocular, respectivamente. Na mulher podem originar infecção das trompas de falópio, Infecção do fígado e conjuntivite, que no primeiro caso podem ser reponsável pela sensação de dor, gravidez ectópica e esterilidade, no segundo caso por dor na parte superior do abdómen e no que respeita à conjuntivite, a sensação de dor e secreção ocular. Nos recém nascido pode originar conjuntivite purulenta, rinofaringite e pneumonia.

Diagnóstico
Os sintomas acima enunciados são a base de um primeiro diagnóstico, que é complementado com a realização de exames específicos da urina, serologia ou observação com uso de Microscópio.
São usadas provas de imunofluorescência directa, com recurso a anticorpos monoclonais - simples, económicas, de fácil estandardização e mais susceptíveis de erro; provas de detecção antigénica com recurso à técina ELISA, e às técnicas de amplificação dos ácidos nucléicos LCA e PCR, Reacções em cadeia da ligase e da polimerase, respectivamente - mais sensíveis, mais específicas e de custo elevado; Cultura em linhas celulares susceptíveis in vitro - 100% especifíca, sensibilidade variável, morosa, díficil e dispendiosa.

Tratamento
O tratamento faz-se com a hidratação do doente e a administração oral de antibióticos, que podem também ser administrados por via endovenosa nos casos mais complicados. O mais adequado é o Ceftriaxone, seguido de Doxiciclina, podendo ser usada também a minociclina ou a azitromicina.
Os parceiros sexuais também devem ser tratados e o tratamento deve ser acompanhado de abstinência sexual.
A percentagem de curas é de aproximadamente 85%, mas mesmo assim é necessário o acompanhamento médico durante três meses após o tratamento.


Prevenção
As pessoas mais predispostas são os diabéticos, as grávidas e os homens ou mulheres com promiscuidade sexual, lesões obstrutivas da uretra ou disfunção da vesícula.
Estes grupos de risco têm que ter especial atenção, mas não quer dizer que são os únicos, todos temos que ter cuidado, nomeadamente no que respeita à higiene a ao uso de preservativo durante as relações sexuais. É igualmente importante fazer exames ginecológicos com regularidade, no caso das mulheres.

Números
É verificada uma maior prevalência no sexo feminino. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, em 1995, surgiram 89 milhões de novos casos, sendo a maior incidência na África Subsariana e na América do Sul.

SIDA


A SIDA é a Sindrome da ImunoDeficiência Adquirida e é causada pelo vírus da imunodeficiência adquirida (VIH)

Seropositivo / Doente
Um seropositivo é uma pessoa que está infectada com o VIH, mas não apresenta sintomas. Quando o vírus se torna activo vai provocar o enfraquecimento do sistema imunitário e aparecem os primeiros sintomas, estando o individuo doente de SIDA.

Transmissão

Transmite-se por:

- Relações sexuais desprotegidas;
- Contacto com sangue infectado;
- Durante a gravidez ou pelo leite materno;
- Inseminação artificial;
- Partilha de material para injecção de droga, instrumentos cortantes e de perfuração de pele.

Não se transmite:

- Por partilhar pratos, talheres, copos ou roupa;
- Por abraçar, beijar ou acariciar;
- Por partilhar casas de banho;
- Tosse ou espirro;
- Através da picada de insectos;
- Na relação dia-a-dia com pessoas infectadas.

Evolução
A evolução da SIDA pode ser dividida em três fases:

- Infecção aguda - surge algumas semanas após a contaminação, com febre, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados e manchas na pele que desaparecem após alguns dias;
- Infecção assintomática - tem duração variável, de meses a anos;

- Doença sintomática - manifestação mais grave da doença, a pessoa vai perdendo a sua imunidade e vão surgindo doenças oportunistas, tumores raros e formas graves de outras doenças.

Diagnóstico
São realizados exames de sangue específicos para a detecção do VIH ou dos seus anticorpos. O aparecimento de anticorpos detectáveis por exames ocorre 6 a 12 semanas após a infecção inicial.
O diagnóstico pode ser feito gratuitamente e de modo confidencial em qualquer Centro de Aconselhamento e Detecção precoce do VIH (CAD).

Tratamento
Não existe tratamento para a SIDA. Os vários fármacos desenvolvidos apenas permitem controlar a doença.
O abandono do tratamento e o uso incorrecto dos medicamentos são as maiores causas do elevado número de óbitos.

Prevenção

- Usar correctamente o preservativo durante as relações sexuais;
- Não partilhar o material usado na injecção de drogas;
- Não partilhar instrumentos cortantes como lâminas de barbear.

Cancro Mole

O que é?
O Cancro Mole (Ulcus molle) é uma infecção sexual muito contagiosa causada pela bactéria Haemophilus Ducreyi e também pode ser denominada Úlcera Mole, Cancro Venéreo Simples, Cancro sifílitico mole, Cavalo e Cancróide.
É uma infecção endémica das regiões tropicais e subtropicais e facilita a transmissão do VIH.
O Haemophilus Ducreyi é um pequeno bacilo anaeróbio facultativo, com dimensões de 1,5 x 0,5 micrómetros, com tendência à formação de cadeias (estreptobacilos), sensível aos desinfectantes, imóvel e difícil de cultivar em laboratório. O seu nome deriva do bacteriologista Ducrey, que foi o primeiro a vizualizá-la, em 1889.
Apesar do nome, o Cancro mole não é uma neoplasia (cancro), mas sim uma doença infecciosa.

Transmissão
É exclusivamente transmitida através do contacto sexual com uma pessoa infectada, podendo ser transmitida desde o início das lesões até à sua cicatrização

Sintomatologia
A infecção tem um período de incubação entre 3 a 14 dias (contudo, pode chegar às 3 semanas), aparecendo depois bolhas pequenas e dolorosas que rompem em 2 ou 3 dias, formando úlceras superficiais. As bolhas podem aumentar de tamanho e unir-se entre si.
O Cancro mole tem uma base mole, avermelhada, muito doloroso, com fundo purulento amarelo-esverdeado, sangra facilmente, de forma irregular e com dimensões entre 1 e 50 mm.
É muito frequente, especialmente no sexo masculino, os gânglios linfáticos da virilha ficarem muito sensíveis, aumentando de tamanho e unindo-se, formando um abcesso, que acaba por rasgar-se, derramando o pus sobre a pele.
No homem, localiza-se essencialmente na glande do pénis, escroto ou lados do pénis; Na mulher, pode apresentar múltiplas lesões nos pequenos e grandes lábios. São raras lesões extra-genitais.
Acontece com frequência a co-infecção do cancro mole e da sífilis.



Diagnóstico
O diagnóstico desta infecção baseia-se no seu aspecto clínico e nos resultados das análises quanto a outras causas de úlcera.
São recolhidas amostras de pus de uma lesão, isola-se a bactéria, procede-se ao cultivo e depois analisa-se com o microscópio e técnicas de bioquímica. Contudo, este é um procedimento de grande dificuldade, tornando muito complicada a confirmação de qualquer suspeita.

Tratamento
Os tratamentos mais rápidos parecem ser os mais eficazes. É administrado um antibiótico ao doente, Ceftriaxona ou Eritromicina, e com uma seringa elimina-se o pus acumulado nos gânglios linfáticos inflamados.
Após o tratamento o doente deve ser controlado pelo médico durante pelo menos três meses, para que se certifique que a doença está curada.
As lesões iniciais e de pequeno tamanho podem tratar-se por meio de uma simples lavagem com água e sabão, seguida da aplicação de panos quentes, mas por vezes isto leva apenas a uma cura aparente.
A doença não desaparece sem tratamento, surgindo novas ulcerações em volta da primeira.

Prevenção
A prevençao de uma eventual infecção por Haemophilus Ducreyi passa pelo uso do preservativo durante as relações sexuais e pela manutenção de uma higiene íntima cuidada.
É muito importante proceder também ao controlo dos contactos sexuais, para proceder ao tratamento imediato dos parceiros, se infectados.
Mais, o facto de ter sofrido desta doença não confere qualquer tipo de imunidade, correndo sempre o risco de um novo contágio.



Números
O Cancro mole é prevalente nos países em desenvolvimento de África, ásia e América Latina. Na América do norte e na Europa é pouco frequente, observando-se pequenos surtos sobretudo em grupos de baixo nível socioeconómico e com hábitos de promiscuidade sexual. Predomina no sexo masculino, sendo a mulher muitas vezes portadora assintomática.
É muito difícil ter acesso ao número de infectados, dado que deixouu de ser uma Doença de Declaração obrigatória em 1999, contudo, segundo dados da Direcção Geral de Saúde, a taxa de incidência média em Portugal entre 1992 e 1996 foi 0,05.

Pediculose do Púbis




A pediculose do púbis é uma infecção da região pubiana, causada por um insecto do grupo dos piolhos, o Phtirus Púbis. Este insecto aloja-se na região de implantação dos pelos pubianos, do baixo ventre, coxas, nádegas e pêlos nasais. Ocasionalmente, este piolho pode ser encontrado nas axilas, pálpebra e supercílios.
Esta infecção atinge tanto homens como mulheres e é para muitos, considerada a mais contagiosa das infecções sexualmente transmissíveis. Facto justificável, pelo facto dos piolhos serem insectos muito activos e que se movimentam com muita rapidez, o que permite que passem de um hospedeiro para outro com muita facilidade. Na passagem de um hospedeiro para o outro os piolhos andam e nunca saltam ou voam, como muitas pessoas pensam.
A transmissão desta infecção não é, exclusivamente sexual, podendo ser veiculada por outros meios: vestuário, roupas de cama, uso comum de toalhas e mesmo, vasos sanitários.
Os sintomas desta infecção tendem a aparecer uma a duas semanas após a infestação, sendo o mais frequente, a intensa comichão. Podem ainda ocorrer algumas lesões, devido ás picadas dos piolhos.
O tratamento é feito à base da aplicação de loções de Benzoato de Benzila, no local infectado para exterminar o insecto e os seus ovos. Este fármaco deve ser utilizado por três noites seguidas e repetido após oito a 10 dias da primeira aplicação. Podem ainda, utilizar-se medicamentos de dose única, mas como neste caso as lêndeas ficam aderidas aos fios, têm depois de ser retiradas, o que torna mais difícil o tratamento. Tal como em muitas outras infecções sexualmente transmissíveis, o tratamento deve sempre ser feito por ambos os elementos do casal.
Na prevenção desta infecção è essencial o cuidado com a higiene corporal. No entanto, a abstinência sexual è o meio mais eficaz de prevenir esta infecção.


Nota: O preservativo em nada ajuda na prevenção desta infecção sexualmente transmissível.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tricomoniase

A tricomoniase é uma infecção sexualmente transmissível causada por um organismo microscópico unicelular chamado Trichomonas Vaginalis (protozoário flagelado), que ataca sobretudo as mulheres.
Nos homens, este organismo afecta a uretra, a próstata e a bexiga, mas só ás vezes causa sintomas. Assim, o homem pode estar infectado e infectar os seus parceiros, sem no entanto, sentir qualquer sintoma que indique que este esta infectado.
Nas mulheres, a tricomoniase pode causar graves infecções vaginais e serias inflamações da uretra.
Em grávidas, estas infecções podem aumentar o risco de ruptura prematura das membranas, de parto pré-maturo e do nascimento do bebé com peso baixo.
A principal forma de transmissão do Trichomonas é através de relações sexuais desprotegidas (sem preservativo), com pessoas infectadas. No entanto, este protozoário também pode ser transmitido através de toalhas húmidas (principalmente em crianças e idosos, com reduzidas defesas imunitárias).
Os principais sintomas nas mulheres são: o aparecimento de uma secreção amarelo-esverdeada com cheiro forte; comichão ou dor vaginal; irritação e inflamação ao redor da vagina; dispareunia (dor vaginal durante as relações sexuais) e disúria (desconforto e ardor ao urinar). Nos homens, os sintomas quando existem são, normalmente: irritação do pénis; inflamação da glande e leve corrimento ou leve ardência após urinar ou ejacular, tornando-se bastante difícil eliminar secreções pelo orifício da uretra.
O diagnóstico deve ser realizado pelo médico, que examinará a bexiga ou a uretra para observar se há inflamação ou uma secreção anormal, nestes órgãos. É, muitas vezes também, realizado um exame pélvico. A tricomoniase pode ser diagnosticada pela detenção do parasita sob o microscópio (sendo positivo se o examinador visualizar as formas do Trichomonas) ou através da cultura em laboratório, que ficará disponível em 2 a 7 dias. As mulheres podem sempre realizar o teste do pH vaginal, que é um teste simples e rápido e que consiste em colocar em contacto com a parede vaginal, durante um minuto, uma fita de papel indicador de pH e depois observar os resultados, que se forem superiores a 4,5 sugerem tricomoniase. Contudo, deve-se ter muito cuidado ao colocar a fita em contacto com a parede vaginal para evitar que esta toque no colo do útero, pois o pH básico deste pode causar distorções na interpretação dos resultados.
O fármaco mais recomendado para o tratamento da tricomoniase é o Metronidazol oral ou em gel, sendo o oral mais eficaz (chega aos 95%). No entanto, fármacos como o Tinidazol e o Secnidazol são tambem, bastante receitados pelos médicos.
O metronidazol não deve ser tomado por grávidas durante o primeiro trimestre da gravidez, devendo estas optar por um medicamento alternativo ou retardar o tratamento até após o parto. Durante o tratamento com metronidazol não se deve tambem, beber álcool pois este fármaco em pessoas que ingerem álcool pode provocar câimbras, náuseas, vómitos, dores de cabeça e rubores faciais. O tratamento é eficaz quando realizado por ambos os membros do casal. Tal como outras infecções sexualmente transmissíveis, caso não seja tratada, a tricomoniase aumenta a probabilidade de uma pessoa ser infectada ou infectar outras, com o vírus da Sida, o HIV.
Sempre que uma mulher tiver desconforto vaginal ou uma secreção vaginal anormal deve procurar, imediatamente, um ginecologista. Já para os homens, os urologistas são os médicos mais especializados em problemas relacionados com infecções sexualmente transmissíveis, devendo recorrer a estes sempre que apresentarem vermelhidão no pénis ou incomodo ao redor da uretra.
De entre as várias formas de prevenir esta infecção destacam-se: a abstinência sexual; ter relações sexuais somente com uma pessoa, de preferência não infectada e usar preservativo, continuamente, durante as relações sexuais.

Candidíase

A candidíase é uma infecção vaginal causada por uma levedura (fungo) chamada Cândida albicans, que se desenvolve num local quente e húmido da vagina e que afecta principalmente os indivíduos do sexo feminino.
O fungo Cândida, como muitos outros organismos que habitam no nosso organismo, esta em equilíbrio com as nossas defesas, mas quando esse equilíbrio se perde, pelas mais diversas razoes (diabetes,uma vez que os elevados níveis de açúcar favorecem o desenvolvimento dos fungos; gravidez; alterações hormonais; obesidade; determinados fármacos; contraceptivos orais, que modificam as condições da vagina) este fungo converte-se num inimigo potencial para o nosso organismo. A utilização de piscinas aumenta também o risco de contrair a infecção, dado que o excesso de cloro provoca alterações na flora vaginal, favorecendo o desenvolvimento de cândidas.

A candidíase não é assim, uma doença de transmissão, exclusivamente sexual, já que para alem da transmissão por contacto sexual existem outros factores e outras formas que predispõem o aparecimento desta infecção. Contudo, a alta frequência de actividade sexual está relacionada com o aparecimento da Candidíase Vaginal.
Os sintomas mais frequentes desta infecção na mulher são: a inflamação e irritação nos lábios da vulva e na vagina, comichão na região infectada, dor durante a relação sexual, inflamação das vias urinarias e da bexiga, o aparecimento de secreções e corrimentos esbranquiçados, semelhantes à nata do leite. No homem, verifica-se uma inflamação acompanhada de pontinhos vermelhos no pénis e ardor.
A forma mais comum de diagnosticar esta doença por parte do médico, é através de uma observação ginecológica afim de confirmar as queixas dos pacientes. No entanto, em caso de dúvida é frequente, recolherem-se amostras da vagina e do pénis para depois serem examinadas ao microscópio ou para serem cultivadas.
O tratamento da candidíase não conduz à sua eliminação, podendo esta volta a aparecer. No entanto, mantêm esta infecção sob controlo.
Às mulheres é sugerido que lavem a vagina com água e sabão, sequem-na com uma toalha limpa e depois apliquem um creme antimicótico (fármacos que destroem os fungos ou impedem o seu crescimento). Em caso de resistência, é recomendada a utilização de fármacos antimicoticos por via oral. Aos homens é recomendada uma boa lavagem e secagem do pénis, antes de se colocar o creme antifúngico.
Existem vários tipos de tratamentos não farmacológicos que podem ajudar a controlar esta infecção, tais como: reduzir a quantidade de açúcar que se come diariamente; tomar suplementos de alho ou comer alho cru (o alho tem propriedades antifúngicas e antibacterianas, no entanto temos de ter atenção porque o alho pode interferir com os medicamentos para o HIV, ou mesmo, tomar cápsulas de lactobacillus ou comer iogurtes que contenham esta bactéria, no entanto temos de ter cuidado porque estas terapêuticas naturais ainda não foram estudadas cuidadosamente para comprovar a sua eficácia.
A candidíase não é uma infecção que cause perigo de vida, nem dá origem a grandes complicações, no entanto, existe o risco de recaídas e em muitas situações a infecção pode mesmo tornar-se crónica.
São várias as medidas que ajudam a prevenir a Candidíase Vaginal, no entanto destacam-se: o uso do preservativo; a higienização antes e depois da relação sexual (utilizar um sabão com um pH similar ao da pele) e evitar o uso constante de roupas sintéticas justas.
No caso do aparecimento da infecção e durante o seu tratamento é aconselhável a abstinência sexual e a não partilha de qualquer objecto de higiene pessoal.
O tratamento da Candidíase é rápido e eficaz se for realizado por ambos os membros do casal.

Vaginose Bacteriana

A Vaginose Bacteriana é uma infecção da vagina que ocorre em função de um desequilíbrio ecológico na flora vaginal, causado pela redução das bactérias “protectoras”(lactobacilli) e pelo aumento das bactérias “estranhas” (predominantemente, Gardenerela vaginalis, microplasmas e bacilos anaeróbios), por contaminação, deixando a vagina “desprotegida” e gerando-se assim um ambiente mais propicio à entrada do vírus HIV(causador da Sida e de outras doenças sexualmente transmissíveis).

Esta contaminação está, na maioria das vezes, associada ao contacto de fezes com a vagina, quer pela má higiene (uso inadequado do papel higiénico ou do bidé) quer pelo contacto do pénis com o ânus e depois com a vagina. Daí ser muito importante usar um preservativo para a relação anal e outro para a penetração vaginal e limpar a vagina sempre da frente par traz, impedindo assim, que as fezes cheguem à vagina.
As mulheres com Vaginose Bacteriana apresentam corrimento vaginal com um odor desagradável, mais acentuado após o coito e no período menstrual, geralmente de cor branca ou cinza e com aspecto cremoso. Podem sentir ainda, ardor ao urinar, comichão em redor da vagina e dor durante as relações sexuais. No entanto, podem existir mulheres que têm a doença e não apresentam qualquer um destes sintomas.

O diagnóstico desta doença é feito através de uma consulta de ginecologia, por meio de um exame de bacterioscopia (um pouco de corrimento vaginal é colocado numa lâmina e depois é examinado ao microscópio) e/ou por medição do pH vaginal (durante um minuto é colocada uma fita de papel indicador de pH em contacto com a parede vaginal e depois consoante a cor que a fita apresenta consegue-se saber o valor de pH daquela vagina).
O tratamento da Vaginose Bacteriana é feito à base de medicamentos antimicrobianos, como o metronidazol oral ou com clindamicina intravaginal. No entanto, a doença pode voltar mesmo após o tratamento.
As implicações mais serias causadas pela vaginose bacteriana são: parto prematuro ou recém-nascido com peso abaixo da média; infertilidade ou danos graves nas trompas de Falópio; maior probabilidade de uma mulher transmitir o vírus da Sida ao seu parceiro sexual e maior probabilidade de uma mulher ser infectada por outras doenças sexualmente transmissíveis.
A Vaginose Bacteriana é uma doença que se pode transmitir entre parceiras femininas e que está associada a ter novos e/ou múltiplos parceiros sexuais.
Os cuidados básicos que se podem ter com o objectivo de reduzir o risco de desequilíbrio ecológico na vagina e assim evitar o desenvolvimento desta doença são: o uso do preservativo durante as relações sexuais; limpar a vagina sempre da frente para trás; evitar os bidés( são sítios onde há grande acumulação de microorganismos) e levar o tratamento recomendado pelo médico sempre até ao fim, mesmo que os sintomas desapareçam antes do término da medicação.
Como os iogurtes naturais contêm lactobacilos e a vaginose bacteriana destrói as bactérias que protegem a vagina (lactobacilos), há quem recomende a colocação de iogurte natural no fundo da vagina, através de um aplicador de creme vaginal, ao deitar, durante cinco dias, como forma de tratamento/controlo para esta doença.

Gonorreia

A Gonorreia é, actualmente, uma doença fácil de tratar quando diagnosticada e tratada precocemente. No entanto, quando não se faz o tratamento correcto ou quando o diagnostico è tardio podem surgir graves complicações, tais como: aperto da uretra no homem; úlceras da córnea (patologia onde há erosão da córnea, que é a parte anterior transparente e protectora do olho); problemas cardíacos e neurológicos; dores fortes e danos irreversíveis no sistema reprodutor; serias inflamações sanguíneas e aumento da probabilidade de transmissão e contaminação pelo vírus da Sida, HIV. Nas mulheres pode causar doença inflamatória pélvica (DIP), levar a aborto ou a parto prematuro e em casos mais sérios pode provocar infertilidade, quer em homens quer em mulheres. A febre, dores nas articulações, lesões na pele, meningite (inflamação das membranas que envolvem o cérebro) ou mesmo, serias complicações cardíacas, são os sintomas mais frequentes da disseminação da bactéria Neisseria Gonorrhoeae pelo sangue. O diagnóstico da Gonorreia faz-se de imediato assim que a bactéria Neisseria Gonorrhoeae é identificada ao microscópio. Em mais de 90% dos homens infectados o diagnóstico é feito através de uma amostra de secreção uretral (uretra). Das mulheres infectadas, apenas cerca de 60% utilizam para diagnóstico uma amostra da secreção cervical (vagina). Para o diagnostico desta infecção pode também recorrer-se a outras secreções purulentas existentes. Onde esteja presente a bactéria Neisseria Gonorrhoeae. Quando um médico faz um diagnóstico da Gonorreia, para alem da tratar, deve pôr a hipótese de existirem outras infecções sexualmente transmissíveis associadas, como a Sida, a Sífilis e a Hepatite B e assim, propor a realização de análises ao sangue. O tratamento da Gonorreia passa, habitualmente, pela administração de antibióticos (em geral doxiciclina) ou então com uma dose única de Ceftriaxona intramuscular. O tratamento deve ser feito por ambos os elementos do casal, pois embora um deles possa não ter sintomas este pode estar infectado e facilmente, voltará a infectar o seu parceiro, mesmo que este tenha sido já tratado. É tambem, extremamente importante, tomar todos os medicamentos indicados até ao fim do tratamento, mesmo que se sinta melhor antes do término do mesmo. A vacinação para a Gonorreia não é praticada devido à grande variabilidade das estirpes e porque a Gonorreia é uma doença de pequena gravidade se for tratada a tempo. A prevenção da Gonorreia é bastante importante dado que todas as pessoas estão sujeitas a ficar infectadas. Logo, uma boa higiene e o uso de preservativo sempre que tiver relações vaginais, orais ou anais é meio caminho andado para não ficar infectado. É ainda, extremamente importante, efectuar regularmente o rastreio de IST´s para o caso de se estiver infectado, proceder rapidamente ao tratamento da infecção, não permitindo que esta progrida. A Gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria Gonorrhoeae, que se encontra preferencialmente em zonas temperadas e húmidas do corpo e pode ser contraída tanto por homens como mulheres. Esta infecção é considerada uma das IST´s mais comuns em todo o mundo, sendo milhões as pessoas infectadas. A Gonorreia é uma doença muito frequente, principalmente em adultos jovens e o seu aparecimento tem aumentado bastante nos últimos anos. A transmissão desta infecção ocorre através do contacto sexual com um indivíduo infectado (homem ou mulher), por auto-inoculação (passagem da bactéria através da corrente sanguínea de um local para o outro do corpo, do individuo infectado) ou de mãe para filho no momento do parto, se esta estiver afectada pela doença. Ao contrário do que muitas pessoas pensam e dizem, esta doença venérea (doença infecciosa que tem como característica comum a transmissão por contacto sexual) não se transmite através de toalhas, casas de banho públicas e piscinas. A Neisseria Gonorrhoeae pode infectar os órgãos genitais, a pele, os olhos, a garganta, as articulações, o coração e o sistema nervoso. No homem, os sintomas da Gonorreia são, geralmente, mais intensos que na mulher, sendo que 70% destas nem sequer apresentam sintomas, e em muitos casos a doença só e descobre depois de se ter diagnosticado a mesma infecção no seu parceiro. Os primeiros sintomas no homem, costumam aparecer entre 2 a 7 dias após a infecção, sendo os mais frequentes: dor ou ardência ao urinar; febre baixa; aparecimento de um corrimento espesso e amarelo ou esverdeado; dor nos testículos e necessidade imperiosa e frequente de urinar. O orifício do pénis pode ainda, adoptar uma cor vermelha e inchar. Nas mulheres, os primeiros sintomas costumam surgir entre 7 a 21 dias após a infecção e são, geralmente: o aumento do fluxo vaginal, necessidade frequente de urinar, dor ou sangramento durante ou após relações sexuais, dor ou ardência ao urinar, febre e em casos mais graves pode levar à infertilidade. A prática de sexo oral com uma pessoa infectada pode causar gonorreia na garganta (faringite gonocócica), que se manifesta por fortes dores na garganta e dificuldades em engolir. Os olhos dos recém-nascidos podem também ser infectados com gonorreia, através da sua mãe, no momento do parto, dada a passagem pela vagina (local onde existem secreções infectadas), verificando-se assim, uma infecção externa do olho (conjuntivite gonocócica), que lhes provoca edema em ambas as pálpebras e uma descarga de pus proveniente dos olhos. Se esta infecção não receber tratamento, pode originar cegueira. A maioria das crianças com gonorreia foram infectadas através de abusos sexuais por parte de adultos, sendo os sintomas mais frequentes apresentados por estas a irritação, vermelhidão e inflamação da vulva, com secreções de pus provenientes da vagina; dor ao urinar, ou mesmo, o recto inflamado.

Herpes genital

O Herpes é uma infecção especificamente conhecida como herpesvirus hominus, sendo o tipo herpes-simplex uma subcategoria da família. O herpes genital é uma doença de prevalência e incidência elevada, infecciosa, muito contagiosa, recorrente, geralmente benigna e ligeira nas pessoas saudáveis, causada pelo vírus herpes-simplex 2 (a maioria dos casos) e pelo vírus herpes simplex 1.A transmissão do herpes ocorre pelo contacto pele a pele, ou seja por transmissão materno -fetal, pelo contacto com mãos infectadas e através do contacto sexual feito com um indivíduo portador das lesões cutaneomucosas, não se dando o contágio através de objectos infectados, uma vez que o vírus apresenta uma baixa resistência à temperatura ambiente e à secagem. Cinco a oito dias após o contacto sexual infectante, surgem pequenas vesículas encostadas uma às outras cheias de um líquido transparente e um pouco amarelado. Rapidamente essas vesículas, que correspondem a uma elevação da epiderme, estalam, ulceram e passam a constituir uma crosta espessa e inestética que é cobiçada por germes vizinhos que se arriscam a vir misturar-se a ela e a transformarem-se num corrimento local muito líquido. Ao fim de uma a duas semanas, essas vesículas desaparecem, aparecendo periodicamente, aquando baixas de sistema imunitário. Este acontecimento deve-se ao facto do vírus permanecer para sempre dentro no organismo, fenómeno designado por “latência”.Este (vírus), pode “deslocar-se” através dos nervos numa determinada zona e esconder-se nos gânglios nervosos não manifestando a sua actividade, durante períodos que podem ser mais ou menos longos. Isto traduz-se num reaparecimento futuro dos sintomas. Todas estas modificações traduzem-se num verdadeiro tormento para o portador, traduzindo-se no aparecimento de úlceras, dores fortes, febre, mal-estar e ardor ao urinar. Não existe nenhum tratamento definitivo para o herpes, porém há medicamentos que ajudam a controlar eficazmente a infecção, uma vez que actua eliminado a capacidade de multiplicação do vírus. A prevenção não só passa pelo uso do preservativo que, embora seja o único método que protege contra as infecções sexualmente transmissíveis não protege totalmente contra o herpes genital, pois podem haver lesões que não ficam cobertas com o preservativo, como pela abstinência sexual (quando a região afectada pelo herpes genital não está com aparência normal) mas também, por uma boa e correcta higiene íntima. O uso de microbicidas e espermicidas podem fornecer alguma protecção quando usados directamente na vagina e nas doses recomendadas para contracepção. Estes devem ser utilizados juntamente com o preservativo e não em sua substituição.